sábado, 23 de abril de 2011

RONÉLIA VIANA - Crescimento a passos curtos, mas não deixa de ser crescimento

Bel. em Treinamento Esportivo e  Pós Graduanda em Futsal 

Desde que a prática do futsal foi liberada entre as mulheres foi liberada pelo CND (Conselho Nacional
de Desporto), no ano de 1983, vivemos uma evolução na modalidade até que significativa no que diz
respeito as competições nacionais oficiais. No entanto, ainda esbarramos na ausência de mídia para tais
competições, nos patrocínios, e em alguns lugares, até mesmo na ausência de profissionais.

A criação uma política de massificação da modalidade para a prática feminina, ao meu entender, ainda
é o maior desafio a ser vencido. Precisamos de festivais, joguinhos com caráter de participação. Além
disso, ainda precisamos inserir na cabeça da sociedade que o esporte não é masculino ou feminino, que
meninos e meninas podem utilizar a expressão corporal de maneira saudável em qualquer modalidade.

Hoje no Brasil a grande potência do futsal está no estado de Santa Catarina que com estrutura e
trabalho diferenciado suplantam as demais equipes do país. Seria interessante que todos tivessem
acesso ao modelo de organização dessas equipes. No rendimento não é sorte que define o sucesso.
Sabemos o quanto é difícil de se envolver investidores em um projeto com pouca visibilidade, porém,
o que vemos em algumas equipes é o que chamamos de amadorismo, projetos mal construídos,
orçamentos incoerentes, isso, quando se tem projetos escritos de fato, o que não cabe mais no futsal ou
em qualquer modalidade no alto nível.

No Amazonas vejo um futsal em declínio, hoje o campeonato estadual adulto ocorre com média de
6 equipes participantes. O Ninho de Águias, desde que foi fundado, é a equipe que mais soma títulos
estaduais e com boas participações em competições nacionais registrou o nome do Amazonas no
cenário nacional. Isso demonstra hegemonia das meninas do Coroado ou é também reflexo do trabalho
de outras equipes? Devo lembrá-los também que na última participação fomos rebaixados.

A divulgação da modalidade praticamente não existe e a maioria dos presidentes das equipes se
intitulam como donos, o que ocasiona, muitas vezes, erros administrativos prejudiciais as próprias
equipes. Repito, enquanto não tivermos política de massificação do esporte a tendência é de que
continuemos com campeonatos de baixo nível competitivo.

Não posso dizer que não há crescimento, sim, há, como disse no primeiro momento as competições
realizadas a nível nacional são reflexo disso, da procura das mulheres pelo futsal. Mas é necessário
apontar as falhas que identifico na nossa região, existem mais até, mas as citadas são emergenciais.
Meu sonho ainda é ver uma equipe amazonense sendo campeã brasileira, não importa a divisão.


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